Biomecânica: Formas de aumentar a carga do treino

02-06-2012 22:23



por Dr. Paulo Muzy


As vezes eu tenho a sensação que escrevo melhor para vocês quando estou suado... juro... é domingo nove da noite e acabei de fazer uma seriezinha de posterior de coxa em breakdown depois de ter aquecido com abdomen, mas por mais que me concentrasse eu nao conseguia tirar a sensaçao de que os videos que postei no Facebook e no YouTube faltavam em explicações a cerca do porquê de buscar determinadas soluções para coisas que nunca foram problemas. Até então, para aumentar a intensidade de forma imediata basta aumentar a carga e pronto...

Porque aumentar a carga/intensidade simplesmente aumentado o peso seria um problema?

1. porque quando se aumenta o peso levantado, aumenta-se o risco de lesão na fase de transição entre a contração excentrica e a isométrica e por sua vez entre a isométrica e a concêntrica.
2. porque mesmo que o limite suportável de peso para a fase de contração na amplitude máxima em alongamento do movimento, o peso torna-se pouco relevante a medida que vai se vencendo amplitude de encurtamento até se alcançar a amplitude máxima de encurtamento - imediatamente antes do bloqueio do movimento pela capacidade da articulação - ou seja - por mais peso que voce coloque, na fase final de encurtamento muscular voce sempre vai conseguir um pouco mais de força para seguir o moviemtno adiante, como se ao longo do encurtamento do sarcomero o seu musculo fosse ganhando força (mas na prática é algo que acontece por uma série de razões!) - ué, basta olharmos o pessoal que vai na academia para treinar o ego: muito peso no supino e contrações curtinhas quase sem baixar a barra, agora, quando sugerimos que o movimento torne-se completo a carga despeeeeeeenca....

Porque seria interessante aumentar a carga/intensidade?

Oras, para fazer jus ao nome "TREINAMENTO", afinal de contas, quando não há sobrecarga, e sobrecarga tencional por força é uma das sobrecargas que o músculo tem de sofrer em ordem de ter estímulo para se desenvolver, não há desenvolvimento e nao adianta chorar... mais que isso, se voce está mantendo o mesmo treino a ponto de sentir que cada vez está mais facil, pode ter certeza que voce está involuindo porque o seu corpo já achou um jeito mais economico latu sensu em ordem de realizar aquele trabalho e se o seu corpo gasta menos, o seu físico piora em vez de melhorar...

Como fazer isso então sem aumentar o peso bruto mas aumentando o peso a medida que o musculo ganha capacidade?

Na minha pagina no Facebook, o Miguel Chain lembrou muito bem que o uso de correntes nos treinos é muito difundido, principalmente no exterior, provavelmente lembrando dos treinos insanos de Branch Warren (que recentemente perdeu o onibus para o Olympia por conta de uma lesão na coxa segundo ouvi falar - todos esperamos, para o brilho do esporte, que ele volte logo e melhor do que estava.)
O lance é que o incremento de carga nas correntes é linear e o ganho de força nas etapas finais do encurtamento máximo do sarcômero chegaa ser exponencial, portanto, mesmo colocando correntes e correntes, ainda teríamos um folegozinho fisiológico para continuar o movimento.

Como surgiu a idéia do elástico?

Bom, numa bela madrugada destas, estava eu esperando meu irmão, amigo e atual resignado e incansável treinador, Rogério de Morais (Ziad Morad do FB), quando ele me chega na academia com uma sacolinha e um sorriso estampado na cara. Um cabra carecade mais de 110kg rindo pra mim as 5 da matina para me treinar não devia ser coisa boa...

Pois bem, depois de ficar viajando na net com treinos de atletismo (a origem do Rogério nos esportes, afinal ele era corerdor de velocidade) ele encontrou num site norte-americano elasticos de tensão variada e decidiu que iria testar comigo num treino de musculação.

Juro que eu pensei exatamente assim (certeza que ele está querendo me fuder, mas beleza porque eu to com um pressentimento...). Claro que ao longo da série, transpirando e forçando, e enquanto meu cérebro motor "aprendia" as novas regras do jogo, eu ia mastigando o que estava acontecendo em ordem de definir um padrão para o estímulo que havia sido trocado, relacionar com o que eu estava sentindo e claro, achar uma razão científica que justificasse aquele esforço...

Pois bem, nessa hora eu lembrei do Prof Maurício Arruda me ensinando a matar o componente elástico muscular da contração muscular na academia do hotel em Dubai onde sazonalmente ministramos cursos pela chancela da IFBB (que agora vão começar a ser disponibilizados aqui no Br, tendo seu primeiro com estréia para daia 25 de outubro - agora). E lembre da constante elástica da mola e claro, tendo um músculo um comportamento parcial de mola, muito provavelmente no estímulo dele, viria bem a calhar um estímulo elástico, só que de intensidade e vetor contrários...

Muito muito muito impressionante a idéia do Rogério... adicionando os elásticos à brincadeira, conseguiu mais do que melhorar o estímulo do músculo sem aumentar o risco de lesão, conseguiu praticamente criar um estímulo de mola em espelho em relação a capacidade geradora de tensão da contração muscular durante o encurtamento do sarcômero, completando mais uma peça do quebra cabeças que é o treino para ganho de massa muscular.

Tudo bem, podemos pensar que tudo funcionava já até isso ser implantado, mas vejam, se puder ser melhorado e ter mais resultado em menos tempo com mais segurança e amplificação de efeitos, porque não?

Eu estou nessa, e claro, divido com vocês com o maior prazer.

Segue o vídeo. (conforme formos fazendo, iremos postando no blog)
 


fonte: superperformance.blogspot.com

 

fonte 2: https://bigmonstro.big-forum.net/t649-biomecanica-formas-de-aumentar-a-carga-do-treino

Voltar

Procurar no site

© 2010 Todos os direitos reservados para BIGMONSTRO

Aviso Legal: Recusamos toda e qualquer responsabilidade legal advinda da utilização das informações disponibilizadas através do site BIGmonstro, o qual tem por objetivo a informação, divulgação e educação sobre temas da musculação, e cujos artigos expressam somente o ponto de vista dos seus respectivos autores. Tais informações não deverão, de forma alguma, ser utilizadas como substituto para o diagnóstico nutricional ou tratamento de qualquer doença sem antes consultar um profissional devidamente credenciado em seu conselho regional. As informações fornecidas não são individualizadas. Portanto, um profissional deve ser consultado antes de se iniciar uma atividade física.